quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Líbia- Uma repetição da história!

Nos últimos meses, temos assistido ao estrépito social e militar na Líbia, impulsionado pelas recentes revoluções na Tunisia e Egipto, sustentado por rebeldes locais, e apoiado pelos EUA e pela OTAN. A “paciência” dos rebeldes para com o regime de Muamar Kadhafi chegou ao fim, depois de 40 anos de governação. A forma como se processou e processa-se a transição para um regime democrático na Líbia, é tudo, menos transparente. A ruptura do povo líbio, com o regime Kadhafí, foi vista pelos EUA, como uma oportunidade única e imperdível, de derrubar um regime (que de outra forma seria difícil, dispendioso e, intolerável) facilmente perceptível com o apoio quase instantâneo, por parte das forças americanas aos rebeldes líbios, a quem ninguém conhece realmente, quais as verdadeiras motivações para o envolvimento nesta luta armada contra o regime de Kadhafi.

Será realmente, para derrubar a ditadura de Kadhafi, e instaurar um regime democrático com constituição na Líbia( que actualmente não existe)? Ou apenas a conquista do poder e a instauração de uma nova ditadura com todas as atrocidades que lhe são inerentes, com a conivência dos EUA, como actualmente acontece no Paquistão, Arábia Saudita, Emirados, Unidos Árabes, e Qatar?

É plausível desconfiar do apoio militar e ao que tudo indica de apoio financeiro, «através do desbloqueio de activos líbios congelados em instituições bancárias americanas», prestado pelos americanos. O reconhecimento dos rebeldes como legítimos representantes do povo líbio, parece-me uma estratégia premeditada, que visa outros interesses, nomeadamente o controlo e posteriormente o saqueamento dos recursos naturais líbios, através da implantação de um governo pró-ocidental vassalo aos anseios da Washignton.

O povo líbio precisa e anseia por uma mudança de regime, subjacente à sua vontade e não de uma mudança subjacente aos ditames da Casa Branca. É imperioso, negociar a saída de Kadafhi, com todas as partes fundamentaís neste processo, a fim de evitar mais derramamento de sangue.

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